1 de dezembro de 2013

Coisas de domingo


"Maigret recebe no seu gabinete um telefonema angustiado: alguém lhe dirige um apelo, de um pequeno café perto, dizendo-se perseguido por um homem baixo e moreno que o quer matar. O nome? Não importa, de nada lhe serve, não o conhece. «Envie um agente à paisana para prender o homem que me segue, depois explicarei tudo»...Desde a tarde do dia anterior que a perseguição durava, implacável...«Eles revezam-se...Acabarão por me matar»...Maigret toma notas, ouvindo com atenção as palavras entrecortadas do desconhecido. Será um louco? Qualquer coisa lhe diz que não. De repente a ligação interrompe-se e a voz do perseguido cala-se.
Toda a manhã Maigret recebe chamadas espaçadas do desconhecido, cada vez mais desesperado e exausto, implorando agentes, socorro, protecção...«Acabarão por me matar»... (...) 
O mais cerrado mistério envolve o «Morto de Maigret». Mas Maigret sente-se como culpado pela morte do desconhecido, e advinha em si uma estranha amizade por aquele homem assassinado em circunstâncias tão pouco habituais. Por isso na P.J., todos passam a dizer, por piada:«o morto de Maigret»...Maigret, porém não desiste de advinhar a morte daquele pobre diabo...e consegue-o, claro! Como o consegue - é a história mais curiosa que o leitor jamais leu..." Fonte: Da apresentação do nº. 65 da Colecção Vampiro c/ capa belíssima de Cândido Costa Pinto.